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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Frasco da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan
Matéria atualizada em 26 de abril de 2021, às 19h13min
A prefeitura vai decidir nesta terça-feira, ao fim do dia, se mantém a previsão de aplicação da segunda dose para idosos de 65 anos ou mais nesta quinta-feira, conforme cronograma. O problema é que, conforme o secretário de Saúde Guilherme Ribas, o município não tem as doses necessárias para isso, e a previsão do Ministério da Saúde é que uma nova remessa seja enviada apenas daqui a 10 dias. Com isso, há o risco da aplicação ser prorrogada. O mesmo se aplica para a 2ª dose de idosos de 64 anos ou mais, que seria no sábado.
Idosos de 61 anos podem tomar a primeira dose nesta terça-feira
Por e-mail, a prefeitura informou que aguarda posicionamento do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS). Contatada também por e-mail, a SES informou que faltam 40.470 doses para concluir o esquema vacinal para concluir o esquema vacinal de idosos que receberam doses da remessa distribuída no dia 20 de março. A data de 20 de março corresponde à distribuição das doses às 18 coordenadorias regionais de saúde. Nos dias seguintes, já nos municípios, as vacinas começam a ser aplicadas. Também haverá necessidade de 223.400 doses para as segundas doses da remessa distribuída no dia 26 de março.
Ainda segundo a SES, o Estado optou, desde o começo da campanha, pela imunização do maior número de pessoas possíveis, com prioridade para a primeira dose e planejamento para a segunda em 28 dias no caso da CoronaVac. O Ministério da Saúde recomendou a aplicação das vacinas integralmente para primeira dose somente a partir da 9ª remessa. Na análise da pasta, isso permite que o Rio Grande do Sul seja o Estado que proporcionalmente mais vacinou a população.
Em função do atraso na entrega de insumos vindos da China ao Instituto Butantan, o Ministério da Saúde não recebe os quantitativos esperados de vacinas. Ainda não há previsão, por parte do MS, de envio de nova remessa de doses ao RS. Segundo o Programa Nacional de Imunizações, caso ocorram atrasos, o esquema vacinal deverá ser completado com a administração da segunda dose o mais rápido possível.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que o país enfrenta dificuldade para garantir a aplicação da segunda dose da CoronaVac. Conforme o ministro, a próxima previsão de entrega de vacinas do Instituto Butantan, que produz a vacina no Brasil, é para daqui a, no mínimo, 10 dias. A declaração foi dada na manhã de segunda-feira durante uma sessão do Senado que discutia medidas de combate ao coronavírus.
- Tem nos causado preocupação a 2ª dose da CoronaVac. Tem sido um pedido, de governadores e de prefeitos. Há cerca de um mês, se liberou as segundas doses para que se aplicassem. E agora, em face do retardo de insumos vindos da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa segunda dose - admitiu o representante do governo federal, que também prometeu a publicação de uma nota técnica sobre o tema.
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No dia 21 de março, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello determinou que todas as doses de vacinas contra a Covid-19 entregues fossem utilizadas na aplicação de primeira dose. Inicialmente, a orientação do Ministério da Saúde foi pela manutenção de estoques para aplicação da segunda dose dos imunizantes.
CORONAVAC
Conforme a bula da CoronaVac, a segunda dose deve ser aplicada entre duas a quatro semanas após a primeira. Segundo o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, em caso de ser ter perdido a segunda dose, a recomendação é completar o esquema. Ou seja, tomar a segunda dose mesmo depois do tempo.
COMO FUNCIONA
- Primeira dose - Estímulo de resposta imune (anticorpos)
- Segunda dose - Reforço para resposta celular, além de anticorpos
- Não há como atingir a "imunidade de rebanho" apenas com uma dose nos casos das vacinas utilizadas no Brasil (CoronaVac e Oxford)
ATRASO EM SANTA MARIA
Estão previstas duas ações de segunda dose na próxima semana em Santa Maria, conforme cronograma divulgado previamente pela prefeitura. Na quinta-feira, seria a vez de idosos com 65 anos ou mais, vacinados no dia 1º de abril. Neste dia, 6.074 estão aptas a receber a dose dois da CoronaVac. A outra seria no sábado, para 2.262 idosos acima de 64 anos que foram vacinados em 3 de abril, também com a CoronaVac. São essas mais de 8 mil doses que ainda não chegaram ao município. Caso as ações sofram atrasos, será excedido o limite de 28 dias após a aplicação da 1ª dose recomendado pelo Instituto Butantan.
O município não possui estoque de vacinas para essa aplicação. Conforme a prefeitura, o Executivo segue recomendação do governo do Estado, que não orienta os municípios a armazenar doses.
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O problema não é exclusivo de Santa Maria. Pelo menos outros nove municípios da região já suspenderam a aplicação da segunda dose por falta de vacinas. São eles São Gabriel, Caçapava do Sul, São Pedro do Sul, Agudo, São Francisco de Assis, Formigueiro, Jaguari, Dona Francisca e Santa Margarida do Sul. Porto Alegre e municípios de Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Amapá e Paraíba também passam pelo mesmo problema.
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Nesta segunda e terça-feira, os profissionais liberais de saúde que não tomaram a segunda dose da vacina na ação do último sábado podem procurar a unidade Erasmo Crossetti, no Centro, das 13h30min às 16h. Para o grupo, as doses estão garantidas.
VACINAÇÃO NESTA TERÇA-FEIRA
Nesta terça-feira, recebem a primeira dose da vacina contra a Covid-19 idosos de 61 anos ou mais em Santa Maria. Ao todo, estarão disponíveis 5 mil doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz, no Rio de Janeiro. Por ser uma vacina de outra fórmula e fabricante diferente, não pode ser utilizada para segunda dose de pessoas que receberam a primeira dose da CoronaVac. Parte das vacinas usadas nesta terça-feira chegaram ao município na última sexta-feira, no Aeroporto Municipal. A remessa tinha 6.695 doses, com 3.225 destinadas para aplicação de primeira dose. Na remessa, chegaram apenas 1.190 vacinas da CoronaVac.
VACINÔMETRO
Conforme o vacinômetro, atualizado pela prefeitura no último sábado, o município recebeu 37.335 vacinas destinadas a aplicação da segunda dose. Destas, apenas 23.799 constam como aplicadas. O vacinômetro não discrimina as vacinas por fabricante.